22.11.10

Entrevista com Roberta Sá

Para a edição 15 da revista S.A.X. Magazine, escolhemos Roberta Sá para a capa.



Linda, simpática e simples, a cantora deu entrevista ao repórter Edgard Reymann no Copacaban Palace. Para ilustrar a matéria, produção de Márcia Maia e fotos de Fernando Torquatto. Este também muito profissional e simpático, conversou comigo todo tempo e decidimos juntos onde seria cada foto e qual look cairia melhor, de acordo com o perfil da S.A.X..
E eu, como fui ao Rio de Janeiro supervisionar tudo - entrevista, ensaio, fotos, looks, hotel, produção... - deixei de lado a editora assistente um pouco e fiz a repórter também, acompanhando a conversa e tirando minha lasquinha - Roberta falou comigo sobre moda e o que gosta de vestir.




Roberta Sá veste
por Lisbeth Terra Assis

Entre microfones, cordas e violões, Roberta Sá também dá atenção ao que veste. “Palco é teatro”, explica, referindo-se às roupas mais extravagantes que usa quando se apresenta. Ela se declara hoje ‘mais mulher’, abandonando a overdose de babados e cor-de-rosas de alguns anos atrás, ou o jeito meio moleca de vestir, típico de muitas das garotas cariocas. Para o ensaio de fotos com Fernando Torquatto, chegou no Copacabana Palace com a roupa “de casa de mãe”, definida assim por ela mesma. Passou a noite em companhia da mãe e apareceu simples no hotel, de saltinho, jeans e uma blusa fina de mangas compridas, cinza e lisa, concordando com a cor do céu que o Rio trazia no dia do ensaio – a cidade maravilhosa descansava um pouco de seus recorrentes 40 graus. Longe do tablado, Roberta ainda adota vestidos – mas arrisca mais nos curtos, deixando os longos de estampas chamativas para seu canto e reza, e investindo de leve na sua sensualidade sutil e comportada.

Com unhas pintadas de azul metálico, ela se diz adoradora da moda – para a gravação de seu DVD, escolheu Isabela Capeto para vesti-la e, para o ensaio, passeou entre a própria Capeto e criações mais ‘pops’ como Ellus 2nd Floor e Carmin. Nos pés, desprezou com elegância um oxford meia pata, ícone da moda atual: “este sapato pegou vocês, mas não me pegou”, brincou ela na gíria carioca, já que a produção toda tinha se apaixonado pela peça e insistiu para que ela usasse. Roberta optou, ainda que afirmando seu momento mulher, por modelos mais menina, bicos redondos com cara retrô e uma ou outra sandália. O preto e o liso foram as escolhas que mais ‘a pegaram’ no ensaio e, como se pode notar, Roberta é mesmo da turma das pernas à vontade – os looks escolhidos pela produção, mas não selecionados sem o seu aval, foram de vestidos, vestidos e vestidos.



10.11.10

O segredo das armas e das rosas


Com 25 anos de existência, 8 anos de silêncio e 13 anos de espera, o Guns n’ Roses ainda é a maior banda de hard rock já surgida

Há quem diga que o Guns n’ Roses não é mais o mesmo. Fato. Há quem questione também o fôlego de Axl Rose – um pouco mais velho, com uns quilos a mais. Mas é inquestionável o fato de que a maior banda de hard rock já surgida no mundo ainda leva seus fãs ao delírio, tanto com novas composições quanto com sucessos lendários como Sweet Child O’Mine e Patience.

A banda tem um ou outro integrante da formação original – Dizzy Reed ainda toca o piano de Estranged e o empresta a Axl Rose em November Rain. Apenas estes dois. O fato é que o vocalista mais exigente e intragável da história do rock n’ roll comprou todos os direitos sobre sua banda, e agora manda e desmanda oficialmente – coisa que já fazia nos anos 90, o que causou o ‘fim’ do verdadeiro Gn’R.

O novo som tem muitas, muitas influências modernas. Bandas como Papa Roach e Nine Inch Nails, que têm músicas marcadas pelo uso de sintetizadores e instrumentos eletrônicos, deram diversas ‘dicas’ a Axl durante a novela de 13 anos que antecedeu o lançamento do tão esperado Chinese Democracy.

Mas os shows realizados no Brasil no mês de março deste ano mostraram que aquela bandinha de garagem que começou a tocar em casas sem estrutura em meados dos anos 80, como The Troubadour e CBGB, com um vocalista andrógino e um guitarrista que se escondia atrás de uma cartola gigante, ainda faz muito sucesso. E que a arrogância de Axl Rose no palco é motivo de sorrisos e brilho nos olhos dos fãs. Estádios lotados aplaudiram todas as exigências, brincadeiras maldosas e reboladas em ‘Mr. Brownstone’ daquele que todo vocalista de banda de hardrock já tentou um dia copiar o estilo.

Falta fôlego sim, afinal o Guns n’ Roses ficou muito tempo sem dar as caras. A voz de Axl perdeu um pouco de seu característico tom rouco e partiu para um mais esganiçado. As músicas novas têm até um quê de Guns, mas pouco identificado, e o que agita o publico mesmo ainda é Paradise City e Welcome To The Jungle. Mas essa banda parece nunca perder os fãs fiéis, e seu legado na história do rock permanece. Ninguém sabe o segredo. Como disse Axl Rose, justificando o batismo da banda, “as armas são para dizer que lutamos e as rosas para dizer que vencemos”.