por Lisbeth Assis - em 1 de novembro de 2006
Muitas mulheres solteiras se tornam mães em meados de novembro - são os chamados “filhos do Carnaval”.
Aparentemente nesta época do ano, as pessoas estão mais propícias a relacionamentos curtos, ou o “sexo sem compromisso”. Partindo desta premissa, vê-se muita propaganda e divulgação do uso da camisinha. É claro que o preservativo deve ser usado o ano todo, mas essa idéia é sempre reforçada no Carnaval, quando a folia é maior.
Acreditando que estaria ajudando a prevenir a “gravidez de época”, o Governo cogitou a possibilidade de distribuir gratuitamente a famosa “pílula do dia seguinte”, que consiste em impedir a fecundação do óvulo pelo espermatozóide até setenta e duas horas após o coito.
Com isso o Governo fez parecer que a questão é a gravidez indesejada, afinal a pílula do dia seguinte não previne nenhuma doença. O número de gestantes diminuiria, mas o de sexualmente contaminados com certeza aumentaria.
Essa atitude soa como um estímulo - mesmo que sem intenção - ao não-uso da camisinha, pois a maioria das pessoas focaliza a gravidez como resultado da não-prevenção, e não as doenças. Se a camisinha fosse usada antes, não precisaria de contraceptivo de emergência depois.
Se sem a pílula, a população mal faz uso do preservativo, conclui-se que com a facilidade de eliminar uma possível gravidez no dia seguinte, e sem pagar nada por isso – quando o “medicamento” custa em torno de R$20 –, a camisinha ficaria esquecida.
Questão controversa
Por um lado evitaria gravidez indesejada, mas será que a distribuição gratuita de pílulas do dia seguinte – em pleno Carnaval – não representaria uma válvula de escape àqueles que não são tão adeptos à camisinha, e não estimularia os foliões a abrir mão de vez do preservativo e fazer sexo sem prevenção?
10.7.07
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